domingo, 16 de janeiro de 2011

Entrevista: Candidato Salvador Hugo Palaia.

Palaia se considera o candidato da situação à presidência do Palmeiras. Mas o atual primeiro vice-presidente ataca ferozmente a gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo. E ataca mais ainda Paulo Nobre, com o qual buscou união para vencer a eleição, sem efeito.

Ocupando cargo diretivos no clube desde 1971, Palaia abre a série de entrevistados do LANCENET! para a disputa pela presidência de quarta. Até em perguntas sobre outros temas, o vice se concentrou nos ataques na conversa em seu escritório, em Pinheiros.

L!: Por que Salvador Hugo Palaia está pronto para tal cargo?
Desculpe a falta de modéstia, pelos relevantes serviços prestados por amor ao Palmeiras, gratuitamente. Está aqui nas suas mãos (Palaia entrega o currículo no clube). É coisa que eu duvido que os outros candidatos tenham feito. São 40 anos, nos mais altos cargos dentro do clube.

L!: Você foi vice do Belluzzo, chegou a ser presidente interino. Como avalia a gestão dele?
Eu quero deixar bem claro ao palmeirense que, por três vezes, não me lancei candidato quando tive a chance. Por último foi com Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo (em 2009). Achei que ele, como um intelectual, um economista de renome, poderia trazer mais recursos ao clube, como de fato trouxe. Neste mesmo escritório, do meu lado, foi dito que eu seria apoiado por ele agora. Quero deixar bem claro: está sendo feito um jogo rasteiro. Eu sou candidato da situação, o natural. Não abro mão! Quero pacificar o clube. Mas é pacificação com restrições. Não seria total, porque depois dos últimos acontecimentos não se pode mais acreditar nas pessoas que estavam do seu lado e passaram para o outro. Se perdermos, o culpado é um aventureiro. O que ele fez para o Palmeiras? É corredor de patinete, de bicicleta.
NR: Palaia se refere a Paulo Nobre, piloto de rali. A resposta do candidato sairá amanhã.

L!: A mágoa maior é com o Nobre ou com o próprio Belluzzo?
Todo mundo clamava pela destituição do departamento de futebol. Poucos tiveram a coragem do Palaia que os demitiu, e isso gerou confusão. Eles montaram outro grupo para ir contra o Palaia. A eleição do Paulo Nobre é a eleição do continuísmo. É um laranja, que está sendo usado por aqueles que saíram. Se Palaia eleito for, eles serão banidos, nem passarão pela Rua Turiassu. Uma vassoura de pelo não resolve, tem de passar de piaçava. Vou varrê-los e, quem sabe?, cantar aquele jargão.
NR: Ao assumir a presidência em setembro, Palaia afastou a diretoria de futebol, comandada por Gilberto Cipullo desde 2007.

L!: Mas e o Belluzzo nisso?
Tenho de respeitar o estado de saúde dele, porque não pode se defender. Seria até uma traição da minha parte. Mas acho que, pelo menos, dar uma declaração de quem ele apoia eu queria saber... Estou esperando essa resposta.

L!: Ele não se pronunciou.
Não sei. Mas pelo jeito, ele apoia o Paulo Nobre. Não vê quem não quer. Eu ofereci ao Nobre a primeiro vice-presidência e o futebol. Ele dizia que iria consultar 20 conselheiros, mas não foi honesto diante do meu convite e se lançou candidato oficial, como terceira via. É uma nota fria que ele lançou. Eles são burros, partindo do candidato. É burro administrativamente e politicamente. Dividiu a situação.

L!: Mas você tentou união. E convidou o "aventureiro" justamente para comandar o futebol?
É papagaio de pirata! Ofereci a primeira vice-presidência, e a direção do departamento...

L!: O que você viu a ser corrigido nos dois meses na presidência?
Fiquei surpreso com coisas que chegavam. Nota de agenciador, para pagar R$ 500 mil. Eles brincavam. Brincaram de banco imobiliário, com aquelas notas falsinhas. Brincaram com o Palmeiras. Só com comissão por intermediação, foram quase R$ 10 milhões. O Palmeiras tem uma folha de R$ 6,1 milhões no futebol. Devendo quase R$ 150 milhões. Isso é uma boa gestão? Podemos confiar?

L!: Como será gerido o futebol?
Permanece o Pescarmona. Eu seria muito hipócrita, muito falso se fizesse o contrário. É um amigo leal. Mas vou nomear junto com ele mais dois. É um comitê gestor, que vai ter no amador, finanças, etc. A palavra final é minha, para não acontecer o que aconteceu com o Belluzzo. Ele deu procuração para determinadas pessoas, que pintaram e bordaram com o nome do clube.

L!: Com a situação financeira ruim, como montar um time?
Não vamos encontrar problemas em ter parceiros. Tenho um grande amigo no mercado: Juan Figer. Tem o Claudio Guadagno, Gilmar Rinaldi. Estou cercado de bons empresários. Não posso falar em grandes contratações. Vamos montar um time competitivo, que vá suar a camisa.

L!: Você já comandou o futebol. Em 2006, quase caiu. Qual a lição aprendida com o passado?
Não posso falar nada. Eu assumi na melhor das intenções, você acompanhou. Pegamos um time não muito bom, você se lembra disso. Trouxemos Dininho, Gamarra, Paulo Baier, Juninho, Washington, Edmundo, Leão... E a maior revelação: Valdivia. Eu fiz de tudo. Futebol é resultado. Passamos um sufoco. Mas levei também o Palmeiras para uma Libertadores (no fim de 2005).

L!: Você fala em pacificar. Mas como, diante da situação atual?
É bater na porta de opositores de grande capacidade, que nós temos no Palmeiras. Mas da oposição sadia, que é a oposição do Tirone. A oposição rasteira está dentro da situação. Fizeram-me uma pergunta no programa Palestra, que roda de domingo. Qual é o melhor presidente que conheceu? Pascoal Walter Barros Juliano. Qual foi o pior? Prefiro não dizer. Insistiram: qual é o pior? Nessas alturas, o pior foi Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo.

Fonte: Lancenet.

*Nesta segunda, entrevista com o candidato Paulo Nobre

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